Exercite a sua amante imaginação e invente os tons e sons que melhor preferir. Somos só eu e você. Mas isso não significa que as pessoas não possam ir chegando aos poucos e se aconchegando nas mesas de madeira espalhadas pelo salão. O ambiente é eufórico e tranqüilo ao mesmo tempo. O quadro exposto na parede chapiscada exala calma das flores de pincel. Na entrada, o nome da casa escrito em caligráfica Kelly Brown, estampa a cortina de vidro fumê, que esconde os rostos, mas mostra exatamente a quantas andam o movimento do bar. A contradição da noite paulistana começa a envolver os corações mais rígidos. E quem saiu de casa para fugir do estresse do mundo dos negócios, não voltará melhor nem pior. Apenas acompanhado de uma bela e delicada ressaca suicida. Mas deixem que se embriaguem os homens da mala, do carro prateado e dos olhos cifrados. Estamos só nós dois sentados no balcão do bar, esperando um drink colorido que nos levará a pista de dança, mais ao fundo do ambiente. Os garçons, jovens e sagazes, lutam contra dois dos maiores inimigos do homem: O extinto e o próprio organismo. As mulheres sós não buscam apenas o álcool. Querem saliva também. Saliva dos garçons jovens e sagazes. Mas deixem que se beijem as mulheres com decotes provocantes, perfumes cítricos e lábios desejosos. Repare que ali vem uma moça. Se eu não folheasse revistas de moda talvez nem reparasse nela. Mas me apaixonei pela roupa que veste a nossa nova personagem da noite. Uma bata branca com babados estratégicos (aumentam os seios, li algo sobre isso semana passada), uma saia com estampas geométricas e uma bolsa Cecconello preta, linda, deslumbrante. Espero que não note a minha observação. Faço pelo prazer que tenho em apreciar o bom gosto das pessoas, apenas isso. Mas e então, vamos dançar? O corredor que nos leva ao fundo iluminado por lasers é estreito propositalmente. As pessoas que entram e saem da pista não podem evitar o contato umas com as outras. Algumas mãos se encontram e se evitam depois. Outras não. (...) Quando as pessoas te disserem que “fervem” nas baladas da vida, não duvide. Olhe como está abafado aqui dentro. A fumaça, as luzes, o globo, o chão liso de álcool derramado, tudo parece estar entrando em ebulição. Mas o que eu mais quero agora é dançar ao som de Laurent Wolf e transformar meu atual estado sólido em gasoso puro e envolvente. Já sinto um sorriso que não estava no script se agarrar às minhas bochechas. Estamos transpirando, o corpo está diferente, as mãos parecem soltas, os pés mais leves e a música só pára se a gente quiser... “NO STRESS!” A noite está só começando para nós...
9 de out. de 2008
Sábado à noite
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7 comentários:
incrivel incrivel *-* escreve tão bem mel dels :x
te amo demais ;@
nossa, eu adoro esses textos que descrevem tudo assim, me imagino lá, apenas observando, como agora *-*
é tãao bom quando a gente se desliga do mundo, mesmo que seja só por uns momentos, e se solta, e nada mais importa.
adoreei o post, começei a achar que tava mesmo, olhando p/ você.
falçando nisso. acho que ti vii..
Na Avenida.
beeijo.
Belo texto descritivo!
murilloleal.bogspot.com
"(...) Apenas acompanhado de uma bela e delicada ressaca suicida (...)"
O tipo mais perigoso de ressaca.
Adorei a forma como escreve.
O seu blog está lindo, de verdade.
Beijos.
nossa!
agora eu admito...
ficou foda, paguei pau!
Bjo bb
Ahhh tou precisando mesmo viver uns momentos assim. Intensos \o/
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