2 de nov. de 2007

02/11

Eu me lembro que quando eu era criança, dia dos finados era um dos dias mais legais do ano. Eu sempre ia até o cemitério com meus primos pra acender velas e achava divertido correr entre os túmulos, olhar fotos e fazer contas com as datas do nascimento e morte da pessoa que jazia ali.

Confesso que eu não tinha uma grande noção de que ali tinha uma pessoa morta, que podia ter deixado para trás filhos e família. Não imaginava que ali podia estar uma pessoa que morreu numa tragédia ou até um suicida. Mas eu me divertia no cemitério e achava tudo muito simples.

A morte começou a fazer mais sentido, quando perdi o meu avô. Mas não sei se a palavra correta é "sentido", já que ninguém consegue explicar exatamente o que é a morte. Eu pelo menos nunca ouvi uma definição exata. Apenas charlatões dizendo na TV que a morte pode ser facilmente entendida diante das causas da mesma. Inútil, eu diria.

E por ironia do destino, meu avô faria aniversário hoje. Em pleno dia dos finados. Feriado esse que deixou de ser um dia para diversões no cemitério e passou a ser um dia como outro qualquer, já que as lembranças me tocam a todo instante e não só no dia 2 de novembro.

Enfim, a vida segue.

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