22 de out. de 2007

A história do menino Frederico...

O Frederico era um jovem, jovens são uma merda! E ele não era desses que se tornam exceções graças a uma mente aberta e um QI avançado. Classe média, pais separados, avós dormindo no quarto de hóspedes e notas baixas na escola. Ele tornava tudo banal, e achava normal por ser banal. Era um filho da puta que comia bem nas custas de alguém. Era um mal amado que usava as meninas mais burras para satisfazer seus prazeres carnais. Era carnal. Era um capitalista mirim. Era um diabo.

Na juventude, os jovens têm dessas manias de lemas e o lema do Frederico era "Comer para não ser comido!", que não só na teoria mas também na prática, podia ser interpretado de várias maneiras. Comer o homem para não ser comido por ele era é ridículo, mas comer a jibóia para não ser devorado por ela fazia todo o sentido, que na verdade nunca fez sentido algum.

Um dia ele resolveu montar uma bandinha. Não seria nenhum sucesso. Não tocaria músicas na abertura da Malhação e muito menos teria clipes na MTV para milhares de jovenzinhos como ele assistirem. Seria apenas uma bandinha. Uma merda de uma bandinha.

Junto com alguns de seus amigos insanos, escreveu músicas desastrosas com apologias imorais e pontuação exausta. Xingou Deus, o Papa, o Lula e o mundo inteiro. Xingou a vida, a morte e a si próprio. Fez o inferno e bebeu até o perfume.

Sentia que estava preste a ter uma overdose de prazer e resolveu então explodir. Conseguiu um show pra sua bandinha se apresentar. Chamou gente idiota, gente legal, gente burra, gente bonita e gente hipócrita também. Chamou até a mãe, e os avós para assistirem ao show. Mas estava tão eufórico com tudo aquilo que esqueceu de avisar aos outros integrantes da bandinha sobre o show e no dia da apresentação cantou sem a guitarra, cagou no refrão e chorou de desespero debaixo de vaias e risos.

Percebeu que era o fim da linha, que os amigos não perdoariam o seu esquecimento e a bandinha estava acabada. Percebeu que cantava tão mal que nem ele mesmo suportava a própria voz. Percebeu que a massa ria dele assim como ele um dia rira da massa. Percebeu que era fraco, que sozinho não podia com a jibóia e comê-la seria impossível. Mas por fim, percebeu que já era tarde para perceber e que ele já havia perdido tudo, até o perfume.

O Frederico não resistiu e se matou. As exceções até hoje lamentam muito por ele...

Um comentário:

André Ranieri disse...

Radical essa história! E coitado do Fred, só porque era folgado ele tinha que se matar no final? Mas também cabaço ele, heim? Esquecer de chamar a banda é demais (hoaOHAhahHAO).