19 de dez. de 2008

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Há trinta minutos atrás, eu estava procurando um motivo aceitável para justificar o meu amargo sentimento de desprezo, em relação a tudo àquilo que é fantástico. De repente, a adolescente piegas e clichê, tornou-se um poço fundo de realidade e desespero. Não que no meu mundo de personagens coloridos não existisse momentos de surpresas desagradáveis e soluços compulsivos. Mas de certa forma, nunca deixei que a corda que me prendia no mundo real, soltasse o meu pé direito preso a vida. Querendo ou não, a liberdade de escolher entre os dois mundos, só existe porque tenho carne, osso e alma. E disso não reclamo. Mas o motivo por querer enxergar o que se faz real, ignorando os sonhos, são as pessoas que talvez jamais tenham experimentado o sabor de caprichar nos pensamentos. Eu até poderia chamar isso de decepção. Ou talvez, escolher um sinônimo distorcido para afastar a idéia de que estou triste. Mas acho que dessa vez, ao menos dessa vez, cabe aqui uma explicação um pouco mais detalhada. Assim, se alguém ainda se atrever a clicar em "não entendi" nas reações da postagem, vai ser com grande sentimento de inferioridade no quesito interpretação. Então, vamos aos fatos: Eu estou cansada de viver situações que não existem e participar de diálogos inventados. Eu não quero mais viver uma mentira. Eu não mereço que as pessoas por quem mais tenho apreço, esqueçam do que já fiz e do ainda penso em fazer por elas. Eu quero começar a entender o real sentido das palavras. É fácil usá-las em textos e frases feitas. Mas vivenciar o que elas realmente representam, está cada dia mais improvável. Cada dia mais raro e caro. E isso me tira o sono. Afasta o prazer que tenho em idealizar lugares e pessoas. Confundem as minhas causas. Machuca. Claro que nem tudo está perdido. Eu posso estar desapontada com as pessoas e com os meus sonhos, mas o pessimismo não deixa que a realidade tome conta. Por maior que seja a vontade de me entregar aos reais sentidos, os significados das palavras às vezes podem arruinar uma vida, assoprar um destino, desfazer um laço... É por isso, só por isso, que prendo agora o meu pé direito na fantasia e deixo o resto do corpo entregue ao mundo feito de concreto. Estamos no mesmo barco agora. O barco dos amigos não-imaginários.

13 comentários:

Anônimo disse...

Isso já aconteceu comigo, até que eu decidi, assim como você, criar meu mundo fantásticamente real. Você pode misturar as duas coisas e vê uma beleza que poucos veêm, por exemplo, no pôr do sol :D

;*

Unknown disse...

=p. é horrivel isso neh. espero que você continue ainda com o seu pé na fantasia, poderia deixar um pouco mais, a vida real, de concreto machuca, então é bom mesmo ter com o que sonhar, imaginar, em fim o que você quiser...

valeu a sua visita, posoo te add no msn?!.

beeijo

Anônimo disse...

bruna, realmente hj vc me encantou!
posso afirmar q estou passando justamente por isso.. criando dialogos em minha mente, fantasiando oq nao existe, me tirando o sono..

meus instantes e momentos disse...

muito bom teu blog, foi muito bom vir aqui.
Um ótimo final de semana.
maurizio

Sergio disse...

BB, nunca fui religioso. Até que busquei algumas experiências nesse sentido ao longo dos anos, mas nunca dei vazão e sempre, nos momentos em que tentava um caminho espiritual qualquer, logo pulava fora. No fundo no fundo, religião é, pra quem não carrega o dom, antes da fé, disciplina. E é escancarado em mim essa má vontade de seguir leis e regras. Tudo isso foi antes. Antes de me tornar um religioso. Ainda que ao meu modo. E a minha religão... Ia revelar aqui minha religião, mas vô mais não. Mudei de idéia. Pode parecer catequese.

Noentanto, outro dia ouvi uma frase do mestre a quem sigo, e achei que ela casa perfeito com o teu texto, teus anseios. Então aí vai:

"Temos que ter cuidado com nossos pensamentos por que nossos pensamentos se transformam em palavras.

Temos que ter cuidado com nossas palavras por que nossas palavras se transformam em ações.

Temos que ter cuidado com nossas ações por que nossas ações se transformam em hábitos.

Temos que ter muito cuidado com nossos hábitos por que são estes hábitos que moldam o nosso caráter e o nosso caráter molda o nosso destino."

Daisaku Ikeda

Unknown disse...

valeeu a visita Bruna!!

adorei seu comentário.
=D

beeijo

Luanda disse...

Sabe que eu admiro, além do que você escreve, claro, a forma como "monta e desmonta" o blog, sempre em tons brandos? Me encanta sempre! Adorei te ler lá no tdb, também. Bom fim de ano.

Anônimo disse...

"Eu estou cansada de viver situações que não existem e participar de diálogos inventados"

Bruna Bo disse...

dá-lhe anônimo!

Thainá Vivas disse...

Eu to precisando amarrar meu pé, tô flutuando demais sabia!?

C r i s t a l disse...

Essa vida que nós chamamos de real, nos machuca, às vezes profundamente, deixa marcas e muitas vezes cicatrizes gigantescas!!
Prende logo sua perna direita Bruna! Assim esse tal mundinho real que nós não idealizamos apenas residimos, não a machucará como já me machucou um dia!!!!

Ps.: Já haviam me avisado sobre a Bia rs, mas a gente se acostuma hehehe (brincadeira)!!

BjoSs e um (pré) Feliz Natal!

Anônimo disse...

Eu fiz isso já faz algum tempo... Mas não sei sabe, as vezes é bom, reconfortante voltar momentaneamente pra fantasia. E os dialogos inventados na minha mente, as vezes me divertem, as vezes me revoltam. A realidade nem sempre machuca, no fim das contas as vezes (mesmo que muito raramente) a realidade é até melhor do que você fantasiava. Acho que ficou meio confuso, mas dá pra entender. hasuhasusa. Bom, você acredita que eu nem pensei muito nos nomes que eu usei.? Coloquei o primeiro que veio na idéia. Mas que bom que você gostou.
Boom, vou indoo. Beeijos e feliz nataal. :*

Tatah Marley's Confissões disse...

Eu admirei seus pensamentos flor!
Isso acontece diariamente comigo, acho que devido à depressão.
E nao tenho uma facilidade notável como a sua de enxergar beleza em pequenas coisas!
Mas creio que eu ainda vou conseguir, e espero nao precisar passar por momentos dificeis para isto!
beijinhos!
feliz natal!