8 de jun. de 2008

SEGUNDA - FEIRA, 09 DE JUNHO


A mesma música tocou oito vezes e ainda não me cansei. É que ela me faz lembrar a viagem que fiz uma semana atrás. E que alterou em mim lembranças simples, mas fantásticas. Repeti poucos gestos e senti poucas sensações conhecidas enquanto estive por lá. Algo novo me esperava, e pude perceber isso assim que coloquei os pés no asfalto branco e limpo da cidade interiorana. O cheiro das algas e da fumaça inocente que aqueles poucos carros traziam até a beira do rio, enchiam os meus pulmões de alegria. E eu me sentia parte daquela paisagem. A ponte (onde mais tarde subi completamente bêbada e cantei uma música qualquer) parecia uma daquelas pinturas que só existem na casa dos nossos avós. E a areia do parquinho me lembrava muito a infância que eu abandonei sem querer há dez, onze anos atrás. O vento estava extremamente violento, e permaneceu assim durante os três dias em que estive ali. Minha voz sumiu rápido, mas ainda me sentia completa. Como se tudo estivesse bem... E realmente estava.
Uma madrugada foi mais do que suficiente para que eu fizesse amigos, filosofasse em uma mesa de bar, chutasse objetos, fugisse da policia, brincasse com o edredom no meio do salão do clube, perdesse assessórios e me apaixonasse pela vida outra vez. Provei pra mim mesma que eu ainda sou capaz de realizar os meus próprios desejos, dependendo apenas de poucas atitudes, que fazem com que qualquer lugar seja melhor do que o meu pequeno quarto. Pelo menos por uma ou duas noites, claro.
Eu não precisei sequer fechar os olhos na primeira madrugada. A minha volta estava enfeitada de pessoas diferentes de mim. Os jovens socialistas que chegavam ao clube com um cigarro na boca e uma barraca nas costas, me lembraram muito um filme antigo que assisti na Sessão da Tarde. E a balada que fui na noite de sábado, fez com que eu me sentisse no próprio filme, vendo as luzes salpicar todos os rostos presentes e a batida das músicas, sincronizada com as batidas do meu coração, chamar o meu corpo e a minha mente para o meio da pista de dança.
Passou rápido. Queria que o tempo voltasse, pra viver tudo aquilo denovo. Não precisava mudar os acontecimentos, as bobagens que eu disse, e nada que pudesse ter estragado tudo. Eu só queria sentir o interior dentro de mim outra vez. Olhar pela janela do clube e ver um teleférico, um lago com pedalinhos, pontes e patos. Dormir no mínimo três horas depois de uma noite alucinante e acordar contemplando um rosto masculino, de pele morena e piercing nos lábios. Andar por cada quarteirão da cidade, entrar nas lojas de bijuterias, comer um lanche gigante, dar bom dia aos velhinhos... Tomar outra dose de vida. Outra dose de felicidade.
Ah se eu pudesse escolher o que ser... Certamente me transformaria em uma música, como a que me faz lembrar tudo isso. Acaba quando menos se espera, mas pode ser ouvida outras tantas vezes. Repetida, mas com a mesma intensidade da primeira vez que se ouve.

4 comentários:

Anônimo disse...

que liindo isso bruuna :~
é realmente bom quando a gente reencontra a felicidade na vida, a gente volta a acreditar, o dificil é não deixar morrer isso, e isso é possivel x)
te amo :*

kelvys disse...

UUHhhhhhhhuuuuuhhhh

Perfeito BoOH!!
naum achei que esse lugar marcaria tanto assim na sua vida!!

Meu essa viagem foi tudo pra mim também!!

ASUAHSUHSUA

Muita zueira!!

te adoruu!

BjOo

Alessandra Castro disse...

Má q menina nostalgica meldeos! Sei bem oque é passar por uma situação assim, tão leve mais ao mesmo tempo tão poderosa em sentindos.

Bruno Cortes disse...

Nossa que perfeito Bru

*-*

Muito muito lindo

Nunca vou me esquecer disso

Amo vc!